quarta-feira, 11 de abril de 2012

PROTÉGENES FLAGRADO EM CONVERSAS COM ATUANTE MEMBRO DO GRUPO DE CACHOEIRA

Ouça os diálogos entre Protógenes e integrante do grupo de Cachoeira. Deputado do PC do B-SP aparece em conversas com Dadá, faz-tudo do esquema do contraventor, gravadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. 11 de abril de 2012 | 5h 41. estadão.com.br

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, um dos mais atuantes membros do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Os diálogos revelam o empenho do deputado em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado. Os grampos foram realizados durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, a mesma que identificou a participação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de deputados estaduais. A ligação entre o contraventor e os parlamentares pode ser alvo de CPI no Congresso.

Abaixo, ouça trechos de parte dos diálogos gravados:

Áudio 1: Protógenes dá orientações sobre o depoimento de Dadá

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=B7FD29CD3B4940C3B52BAA5317345437

Áudio 2: Deputado marca encontro com Dadá em aeroporto

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=E8D7BFB48518425AA676E27734BE6AE3

Áudio 3: Dadá marca encontro com Protógenes em hotel

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=C1F0538D21BC4032AE46466C6486C99F


Protógenes diz desconhecer diálogo com integrante do grupo de Cachoeira. Gravações da PF feitas na Operação Monte Carlo, que levou à prisão do contraventor, trazem conversas entre o deputado do PC do B-SP e faz-tudo do esquema de jogos ilegais; parlamentar nega vínculo. 11 de abril de 2012 | 8h 10 - do estadão.com.br

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) afirmou desconhecer a existência dos diálogos gravados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, revelados pelo Estado, que indicariam a ligação entre o parlamentar com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira. "Não reconheço [que seja eu falando]", disse Protógenes em entrevista à rádio Estadão ESPN, na manhã desta quarta-feira, 11.

Segundo as investigações da PF, o parlamentar apareceria em ao menos seis conversas suspeitas com o Dadá, que esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha. "Desconheço essa conversa. Se realmente existiu, não há no diálogo nenhuma ligação com o sistema Cachoeira", afirmou o deputado após ouvir a um dos trechos aos quais o Estado teve acesso.

As ligações foram feitas para o celular do deputado, no ano passado. Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. "E aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. O araponga foi identificado na Operação Monte Carlo - que o levou e ao bicheiro Cachoeira à prisão, em fevereiro -, como o encarregado de cooptar policiais e agentes públicos corruptos, de obter dados sigilosos para a quadrilha e de identificar e coordenar a derrubada de operações de grupos concorrentes. Ele está preso desde o mês passado, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e exploração de máquinas caça-níqueis.

"Realmente não tenho lembrança nenhuma [desses diálogos]. Quero saber de algum diálogo existente com o sistema Cachoeira. Na manchete [do jornal] dá entender que tenho alguma vinculação. Foi até bom essa entrevista para poder esclarecer a população de tamanha irresponsabilidade", disse Protógenes. O deputado confirmou conhecer Dadá e já ter tratado de assuntos profissionais com ele. Disse, no entanto, não saber de suas ligações com Cachoeira e que ficou surpreso quando soube da prisão.

"Se eu tivesse envolvimento, esse trabalho [da PF] iria revelar. E não seria o autor do requerimento de CPI depois dos pedidos de prisão", afirmou. Para ele, o teor das gravações não o proíbe de integrar a comissão. Nessa terça-feira, 10, Câmara e Senado optaram por uma CPI mista, que deve começar a trabalhar na próxima semana. Pelas regras da Câmara, Protógenes poderia ser o relator do processo. "Com certeza [me sentiria à vontade para ser relator]. Não tinha relação de amizade constante, intensa [com Dadá]", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário