OPERAÇÃO DESASTRADA. Justiça afasta policiais paranaenses - CAROLINA ROCHA, ZERO HORA, 18/04/2012
A Justiça gaúcha determinou o afastamento de três policiais civis paranaenses réus no processo que apura o sequestro de dois produtores rurais, em dezembro, em Gravataí. O pedido, feito pelo Ministério Público de Gravataí, é uma medida preventiva, para que os dois delegados e o investigador não interfiram no andamento do processo.
Adecisão da juíza da 1ª Vara Criminal de Gravataí, Eda Salete Zanatta de Miranda, foi publicada na segunda-feira. Ela determina o afastamento dos delegados Danilo Zarlenga Crispim e Renato Bastos Figueiroa e do investigador Fábio Lacerda Gusmão, todos do grupo de elite da polícia paranaense (Grupo Tigre), e determina que eles sejam realocados em outras repartições.
Segundo a denúncia do MP, aceita pelo Judiciário no final de março, Danilo, Renato e Fábio eram encarregados da investigação sobre uma quadrilha de sequestradores que agia no Paraná – o bando atraía produtores rurais ao Rio Grande do Sul com anúncios de venda de máquinas agrícolas. Informados, por escutas telefônicas, de que o grupo sequestraria os produtores rurais Osmar Finkler e Lírio Persch, os policiais não teriam feito nada para impedir a ação dos bandidos. Por isso, a denúncia por “omissão penalmente relevante com relação ao crime de extorsão mediante sequestro”.
O pedido de afastamento havia sido solicitado pelo MP de Gravataí, onde ficava o cativeiro, pois as diligências determinadas pela Justiça estariam sendo realizados pelos próprios denunciados. Em sua decisão, a juíza Eda Salete considera que “a permanência nos cargos estaria prejudicando a isenção das diligências realizadas, colocando em risco a busca da verdade real e a produção probatória, haja vista que os próprios acusados poderiam, em tese, manipular as informações prestadas à Justiça gaúcha.”
Relembre o caso
- Em 21 de dezembro, uma equipe de policiais do grupo Tigre troca tiros, em Gravataí, com o sargento da BM Ariel da Silva (foto), 40 anos, que estava à paisana. O PM morreu. Os policiais estavam no Estado tentando localizar o cativeiro de produtores rurais sequestrados.
- No mesmo dia, outros policiais do Paraná e policiais gaúchos foram até uma casa onde seria o cativeiro dos produtores. Quando os reféns deixavam o local com os sequestradores, em um veículo, o então delegado regional Leonel Carvali atirou. O disparo atingiu Lírio Persch (foto), que morreu no local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário