SOB SUSPEITA. Policial civil e advogado presos por suposto golpe - RENATO GAVA, ZERO HORA
Um policial civil e um advogado foram presos na tarde de ontem em São Leopoldo, no Vale do Sinos, sob suspeita de aplicarem um golpe em um motorista que teria sido flagrado embriagado. Segundo o coordenador da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) local, Marco Souza, ambos deverão responder inquérito por concussão, corrupção passiva e patrocínio infiel.
Segundo o coordenador da DPPA, que também é titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil de São Leopoldo, a investigação começou na segunda quinzena de janeiro. Foi quando um homem de 23 anos foi preso pela Brigada Militar, em São Leopoldo, sob a alegação de embriaguez. O então delegado plantonista na DPPA (cujo nome não foi informado) deixou o motorista em liberdade, para, posteriormente, responder a processo.
– Naquele dia, houve uma pane no sistema de informática da polícia. O delegado agiu certo, não poderia prender o suspeito, e foi obrigado a soltá-lo – avalia Souza.
Segundo apurou a investigação, de posse desta informação, o agente Valdir Antônio Alves, 52 anos, teria entrado em contato com o advogado Gilberto Linck, 38 anos, contratado pelo próprio motorista para defendê-lo. Em vez de informar ao homem que ele estava livre, os dois teriam dito que havia uma fiança de R$ 900 a ser paga.
– O condutor não tinha dinheiro e chamou familiares, que juntaram o que tinham e pagaram o valor. Apuramos que o advogado ficou com R$ 300, e o agente embolsou R$ 600 – declarou o coordenador da DPPA.
Testemunha teria alertado delegado
O caso veio à tona porque uma testemunha avisou o delegado, que começou a investigar. Ele chamou a vítima do suposto golpe, que confirmou o ocorrido. Com base na informação, Souza pediu a prisão preventiva da dupla. Na tarde de ontem, ele foi atendido pela Justiça de São Leopoldo. Em 10 dias, o delegado deve concluir o inquérito e remetê-lo à Justiça. O caso ficará com Delegacia de Feitos Especiais.
Gilberto Linck foi encaminhado para a Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas. O policial, que segundo o delegado tem mais de 30 anos de Polícia Civil, foi levado para a prisão do Grupamento de Operações Especiais, em Porto Alegre.
A reportagem tentou contato com representantes dos dois, mas não teve sucesso até o fechamento desta edição.
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