PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HOA 10/02/2012
Dizendo-se estarrecida com as gravações que mostram a face criminosa da greve dos policiais militares na Bahia, a presidente Dilma Rousseff pronunciou ontem uma frase que acaba com qualquer possibilidade de anistia:
– Se anistiar, aí vira um país sem regras.
Quem tem o poder de anistiar os grevistas baianos não é a presidente Dilma. É o governador Jaques Wagner (PT). O comentário de Dilma é, mais do que um conselho, uma diretriz para os governadores. O que a presidente quer evitar é a baderna generalizada, os danos ao patrimônio público e privado e a violência praticada em nome de uma causa nobre, a do reajuste salarial.
A divulgação da gravação de uma conversa entre o líder do motim, Marco Prisco, e o soldado David Salomão, um dos coordenadores do movimento, combinando atos de vandalismo, deu à presidente mais um elemento para considerar a anistia impensável.
– Não considero que aumento de homicídios na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzados, sejam uma forma correta de conduzir o movimento – disse Dilma em Pernambuco.
A preocupação do governo é evitar que a greve se alastre para outros Estados. Essa também é a preocupação dos governadores e, por isso mesmo, no Rio Grande do Sul a palavra de ordem é negociar. O governo gaúcho tem previstas, neste mês, audiências com todas as categorias da segurança pública. Na lista de concessões feitas até agora, o secretário da Segurança, Airton Michels, destaca os aumentos oferecidos em 2011 e os que estão sendo negociados neste ano, a atualização de parte das promoções atrasadas e a aposentadoria especial para os policiais civis.
Michels concorda com Dilma em relação à anistia:
– A anistia não pode ser dada, porque seria interpretada como um estímulo aos movimentos violentos.
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