sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MILÍCIAS - NOVE PMs E UM PC SÃO ACUSADOS DE INTEGRAR GRUPOS

Nove PMs e um policial civil são presos acusados de integrar milícias. Três quadrilhas de Brás de Pina e de Cordovil foram alvo da operação. DUILO VICTOR. ANA CLAUDIA COSTA - O GLOBO, 23/12/2011

RIO - Dezenove pessoas, entre elas um policial civil e nove PMs, foram presas nesta quinta-feira numa operação desencadeada pela Corregedoria Geral Unificada e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), para desarticular três grupos de milicianos que agiam em Brás de Pina e Cordovil. Entre os PMs presos, cinco são do 16 BPM (Olaria). De acordo com o delegado Marcelo Ferreira, da corregedoria, os três grupos exploravam serviços como "gatonet" (TV clandestina por assinatura), venda ilegal de sinal de internet, distribuição de gás e transporte alternativo, atendendo mais de 20 mil pessoas. As quadrilhas, disse o delegado, arrecadavam milhões de reais por mês.

Para o operação, foram mobilizados 250 policiais civis e militares. Foram expedidos 30 mandados de prisão e 67 de busca de apreensão. As investigações, segundo a polícia, começaram há cinco meses, a partir de uma briga entre dois grupos e de uma tentativa de homicídio. Uma das milícias, chefiada por dois irmãos que são sargentos da PM, tentou matar o cabeça de outra quadrilha, o também sargento da PM Márcio Gabriel Simão. Ele foi preso na quinta-feira.

Ainda estão foragidas 11 pessoas. Na ação, foi fechada uma central de "gatonet", e agentes apreenderam computadores, uma escopeta calibre 12, munição, carregadores, documentos, planilhas de pagamento de funcionários e de cobrança de serviços.

Após a operação, o corregedor da Corregedoria Geral Unificada, Giuseppe Vitagliano, disse que, desde a posse do comandante da PM, coronel Erir Costa Filho, em 29 de setembro, 48 policiais já foram expulsos da corporação por desvio de conduta.

— Desde o início do governo Sérgio Cabral, já foram presos 600 milicianos. A sociedade não tolera mais desvio de conduta. Não aceita mais isso. É tolerância zero — concluiu.

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