quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A VEZ DA SEGURANÇA PÚBLICA EM SANTA CATARINA

A VEZ DA SEGURANÇA PÚBLICA - INFORME POLÍTICO | ROBERTO AZEVEDO - DIÁRIO DE SANTA CATARINA, 20/10/2011


O governo do Estado criou uma coordenadoria executiva de negociações e relações funcionais para, na prática, unificar a política salarial de todo o funcionalismo público. O decreto foi encaminhado pelo secretário Milton Martini (Administração), que será responsável também pela nomeação dos integrantes: dois representantes da Secretaria da Fazenda, dois da Administração e dois da Procuradoria Geral do Estado. Um dos primeiros desafios do novo modelo será analisar a demanda dos servidores da segurança pública, policiais civis e militares, que estão em curso com uma série de ações e em campanha salarial aberta.

A Associação dos Delegados de Polícia, capitaneada pelo delegado Renato Hendges, concede uma entrevista coletiva hoje para esclarecer os motivos de uma mobilização em que pretende mostrar o que qualifica de descaso com a remuneração e o efetivo do setor, defasado, segundo a entidade, desde 1986. Mesmo com os índices favoráveis de solução de crimes, que colocam a Polícia Civil catarinense entre as melhores do país, a estrutura é questionada pelos delegados, além de reclamarem uma reposição de 126% dos índices de inflação nos últimos 13 anos.

Um delegado em início de carreira recebe R$ 4.442 mais R$ 2 mil do Fundo de Reposição da Polícia Civil a título de verba de representação. O sindicato dos policiais civis do Estado pretende fazer um ato público no próximo dia 27 de outubro. O secretário Cesar Grubba (Segurança Pública) recebe as manifestações como legítimas e com tranquilidade. Incentivador da criação do grupo para unificar a política de negociação de salários, Grubba repassou ao grupo gestor do governo do Estado os dados para um reajuste. O impacto do reajuste salarial da Civil seria de R$ 10 milhões por ano na folha.

Nos itens ainda constam os valores dos policiais militares, a partir dos contatos mensais feitos pelo comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, com as oito entidades que representam praças, oficiais e as policiais femininas.

Para Marcineiro, a expectativa é contemplar a todos, com a nova ótica de comparar com os demais funcionários públicos da estrutura governamental, o que quebraria o paradigma entre atividades análogas, as carreiras das polícias Civil e Militar.

Pressão

Presidente da Aprasc, o deputado estadual Sargento Amauri Soares (PDT) reclama na Assembleia que há demora do governo em avaliar as reivindicações da categoria.

– Vou ter que voltar ao ataque. As diferenças salariais entre praças e oficiais só aumentaram – desabafou Soares, que aguarda uma solução.

E agora?

Entusiasmado com a interinidade, devido à viagem de Raimundo Colombo ao Japão, o vice Eduardo Pinho Moreira prepara uma série de viagens a diversas regiões do Estado nos oito dias em que estará à frente da administração, a partir de amanhã. Só não contava com as ações dos servidores da segurança pública. Na primeira vez em que assumiu o governo, em maio último, Pinho Moreira enfrentou a histórica greve dos professores da rede pública estadual.

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