SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi - ZERO HORA 05/10/2011
O lado bom do episódio em Canoas, se é que se pode achar algo positivo nessa confusão, é que ninguém foi morto ou ferido com gravidade. É de se comemorar, já que todos os envolvidos eram policiais e estavam armados. Para piorar, vários atiraram. Um caso em que a má pontaria pode ter sido benéfica.
Mas é preciso esclarecer as responsabilidades de cada um. Do lado da BM, mais uma vez, fica a interrogação: é legítimo que uma viatura discreta da corporação se envolva em investigação de crimes comuns, não aqueles praticados por policiais militares (que seria sua função)? Está bem, policial é policial 24 horas por dia e, se avisado de algo incomum, tem mesmo de verificar. Mas, armado e atirando? É curioso que os PMs discretos tenham agido com pressa e se disposto a enfrentar sujeitos armados que estavam em vantagem numérica, ainda mais sem saber que eram policiais. Pode ter sido tudo vontade mesmo de ajudar a população, mas dá margem para dúvida.
Do outro lado, policiais civis em investigação. Até aí, tudo ok. Eles não têm mesmo por que avisar que estão de campana, nem é saudável que usem viaturas com símbolos ostensivos, quando investigam. Mas dispararam contra os estranhos. Era mesmo necessário? Por uma dessas coincidências que muitos gostam de chamar de milagre, ninguém foi ferido seriamente.
O inquérito deve ir a fundo para que confrontos como esses não descambem do cômico para o trágico. Com tão poucos policiais no Estado e tanta investigação por fazer, só falta diminuir ainda mais o efetivo porque começaram a atirar uns nos outros.
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