Nas favelas. Áreas com UPPs ainda têm tráfico e homicídios - O GLOBO, 10/09/2011 às 23h25m; Sérgio Ramalho
RIO - As imagens de jovens empunhando fuzis em meio a feirões de drogas não fazem mais parte da rotina nas comunidades ocupadas do Rio. A ausência do armamento de guerra, contudo, não significa que as áreas patrulhadas por UPPs e pelo Exército estejam livres da ação de traficantes, que mesmo atuando de forma velada ainda exercem influência e amedrontam alguns moradores. Um temor justificado por números: 23 pessoas foram assassinadas em favelas pacificadas nos últimos 12 meses. Cerca de 70% (16) dos casos investigados pela Divisão de Homicídios (DH) estariam relacionados ao tráfico.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que a presença de traficantes nas comunidades tem mais de 40 anos e vai ser difícil resolver o problema de uma hora para outra. Mas, segundo ele, não há dúvidas de que que a situação nas áreas pacificadas é melhor do que há alguns anos.
Por três semanas, a reportagem do GLOBO percorreu as comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo (Copacabana), Dona Marta (Botafogo), Cidade de Deus (Jacarepaguá), São Carlos (Estácio) e Borel (Tijuca). Com exceção do Dona Marta, moradores das demais regiões relataram a existência de atividades do tráfico, responsável por pelo menos dois dos seis homicídios registrados nos morros do Borel, Formiga e Salgueiro após a implantação da UPP da Tijuca, em junho de 2010.
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