sábado, 20 de agosto de 2011

PROPINA - CINCO AGENTES DE ELITE DA POLÍCIA SÃO INDICADOS E SUSPENSOS

Cinco agentes da elite da Polícia Civil gaúcha são indiciados e suspensos. Três teriam recebido propina e dois ficaram com um carro alegando problemas na documentação - Giovani Grizotti - Diário Gaúcho, 19/08/2011 20h39min


Em poucas semanas, cinco agentes da elite da Polícia Civil gaúcha foram indiciados e suspensos. Três são suspeitos de receber propina para não frechar uma clínica de aborto. Outros dois teriam ficado com o carro de um homem para não prendê-lo, alegando problemas na documentação do veículo. Todos foram afastados pelo Conselho Superior de Polícia.

Esta semana, o Ministério Público denunciou os agentes Vinícius Borges e Rodrigo Pompermaier. Lotados na Delegacia de Roubos e Extorsões do Deic, eles haviam sido indiciados pela Corregedoria Geral de Polícia. Conforme o delegado Paulo Grillo, a principal prova contra os suspeitos são imagens feitas pela câmera de segurança de uma empresa na Avenida Assis Brasil, Zona Norte de Porto Alegre. Foi neste local, segundo Grillo, que a dupla subtraiu o carro de um homem. A vítima teria sido atraída por um informante da delegacia, Marcio Bastos de Oliveira, que também foi indiciado.

- Atraíram a vítima, que tinha em seu poder um veículo adquirido de forma irregular, através de um financiamento em nome de um fantasma. E sob ameaça de prendê-la, acabaram retomando à força esse carro - declarou Grillo.

Outra suspeita de corrupção também envolve agentes do Deic. Segundo a investigação, Paulo Vladimir Quintana e Walter Boehl, chefes de investigação das 1ª e 2ª DPs de Homicídios, e Pedro Diniz, ex-chefe de investigação até o ano passado e agora na Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio de Serviços Delegado (DRCP), teriam cobrado propina para não fechar uma clínica de aborto na Rua Otávio Rocha, Centro da Capital. A investigação começou em fevereiro, quando uma jovem de 25 anos, filha de um casal do Interior, morreu após um aborto na clínica.

- Como justiça, eles falharam bastante. Porque se eles sabiam como nós sabemos que isso é ilegal, deixaram o dinheiro falar mais alto - desabafou a mãe da jovem, em entrevista à RBS TV.

O inquérito está sendo examinado pelo Ministério Público na primeira Vara do Juri da Capital. Em depoimento à corregedoria, os cinco policiais negaram as acusações. O Conselho Superior de Polícia afastou todos, determinou recolhimento de suas armas, carteira funcional e algemas e ainda cancelou as senhas de acesso aos computadores da corporação.

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