Base governista, puxada pelo PMDB, paralisa o Congresso - Denise Rothenburg - CORREIO BRAZILIENSE, 11/08/2011 07:44; Colaborou Júnia Gama
A Operação Voucher, que prendeu mais de 30 pessoas ligadas a fraudes no Ministério do Turismo foi a gota d’água. A base governista, puxada pelo PMDB, paralisou ontem as votações no Congresso e jogou em primeiro plano projetos que ampliam gastos governamentais sem a contrapartida na Receita — justamente o oposto do que foi pedido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na reunião do Conselho Político. A manobra, chamada internamente pelos líderes de “operação tartaruga”, foi combinada na noite de terça-feira entre PMDB, PR, PP, PTB e PSC, o antigo blocão que funcionou no início da legislatura. O objetivo é levar a presidente Dilma Rousseff a mudar a relação com o Congresso, o tratamento dispensado aos aliados e mostrar a ela que os partidos não são subalternos em seu governo.
A primeira ação concreta partiu do PMDB, que, no momento, tem dois de seus ministros — o da Agricultura, Wagner Rossi, e o do Turismo, Pedro Novais — expostos a dar explicações sobre denúncias de corrupção.
Na reunião de líderes ontem à tarde, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) sugeriu que fosse colocada em pauta a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, que cria um piso nacional para os salários de policiais e bombeiros.
“Prometemos votar essa matéria”, ameaçou o líder.
Foi o suficiente para que o deputado petista José Guimarães (CE) batesse a mão na mesa: “Epa! E quem vai pagar a conta do piso de R$ 3,5 mil?”. Entre o seu partido e o PMDB, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), ficou no meio-termo: “Bem, vamos aguardar”, disse, diante de sugestões dos governistas de ouvir o Executivo.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se esta "retaliação" da base aliada servir para provocar a aprovação da PEC 300, saudamos a apoiamos veementemente a presidente Dilma e a Polícia Federal pela varredura da corrupção instalada no Governo. Contundo, é "para lamentar" que este importante projeto que resgata a dignidade e o valor dos policiais e bombeiros estaduais seja usado pela base aliada para chantagear o Poder Executivo.
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