Se a punição disciplinar do coronel da PMERJ Ronaldo Antonio de Menezes e a retirada do rol de promoções do Major Wanderby foram causados por terem tido a coragem de escrever artigos que mostram a realidade que vivenciam, está existindo uma quebra dos princípios democráticos e uma violação de dispositivo constitucional, mesmo sendo militares (inciso IV do art. 5º da CF).
Como não discutir política, militarismo e Polícia Militar diante do quadro de calamidade que atinge nosso país, os estados da federação, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os presídios e as polícias?
Há uma cegueira geral que impede os governantes instalados nos três Poderes de focarem apenas o “umbigo e não enxergarem a realidade cheia de ameças à paz social. O que esperar do futuro deste país com esta ampla desconfiança nas leis e descrença nos Poderes? Há um ditado que diz – onde não há justiça é que nascem os bandidos e justiceiros. As milícias já estão entrando na fase mafiosa e o povo já dá mostras de buscar a justiça pelas próprias mãos diante da inoperância policia,da morosidade do judiciário, do crescente poder criminoso e da postura omissa, negligente e ímprobo do Estado brasileiro.
Será que para mostrar a verdade para quem não querem ouvir é passível de punição? Será que aqueles que dirigem e dirigiram cargos nesta instituição centenária, mais força policial do que militar, devem se calar, emudecer para a sociedade, esconder a realidade, tolerar as ações depreciativas e permitir o sacrifício de seus bravos subordinados?
Que eu saiba só os regimes totalitário agem assim, punem e até matam quem ousar ter uma opinião diferente dos governantes. Esta estratégia é usada para deixar nas sombras as mazelas, os interesses e a inoperância do regime.
A influência partidária é muito nociva para os quadros e objetivos policiais, pois amordaça as ações, manieta os Comandantes escolhidos via partidária, corrompe as carreiras, privilegia quem é agregado a um político e enfraquece as estratégias policiais. Não é a toa que o MP é chefiado por indicação em lista tríplice e conquistou sua autonomia e independência orçamentária, ficando livre do jugo partidário.
As polícias estão no meio de um jogo de interesses e cartas marcadas pela involução. Ações midiáticas, superficiais e imediatistas apoiadas em promessas e compras de viaturas são estimuladas pelo Executivo para esconder a centralização ideológica da segurança; a desvalorização e a desmotivação do agente policial; a saída e o afastamento dos bons profissionais; as intervenções partidárias contra a técnica; o descontrole prisional; a ausência policial nas ruas e nas investigações; e a ineficácia do sistema na preservação da ordem pública.
E o que deve feito para mudar? Amordaçar quem sabe e vive o dilema não é a solução.
BLOG DA INSEGURANÇA. POSTAGEM PUBLICADA EM 11/03/2009.
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