terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MELHOR FORMAÇÃO NO COMBATE AOS INFILTRADOS

Melhor formação para combater os infiltrados da polícia - Milton Corrêa da Costa, O GLOBO, 14/02/2011 às 12h05m. Artigo do leitor*


RIO - Profundamante lamentável, sob todos os aspectos, o episódio que envolve o conluio entre policiais do Rio e traficantes -um mar de lama podre- conforme matéria do GLOBO, em 12 de fevereiro, onde gravíssimas acusações chegam até mesmo a um policial civil de alto cargo, se confirmadas as investigações da Polícia Federal.

É cristalina a constatação de que o agente do Estado que se propõe a vender armas a bandidos e vazar informações sobre operações policiais comete uma tríplice traição: à sociedade, a quem juraram um dia defender; aos companheiros de instituição, que se tornam vulneráveis ao poder de fogo do inimigo fornecido pela própria polícia; e aos seus prórios familiares, cuja exclusão do chefe de família dos quadros da corporação coloca-a em dificuldade para o sustento futuro. Ressalte-se que também agora a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) é alvo de denúncias por parte de empresários, tendo a referida unidade policial, de tantos excelentes serviços prestados contra a atuação de milícias, tido suas dependências lacradas por ordem do Chefe da Polícia Civil do Rio.

Tais fatos nos conduzem a refletir sobre o processo de formação policial. É necessário que o conteúdo programático dos cursos de formação policial, além da melhoria constante da qualificação técnico-profisssional, tenha maior ênfase na permanente doutrinação sobre a importância dos valores éticos e morais e no respeito aos direitos civis. Este é o novo referencial de uma polícia confiável, democrática e cidadã que se almeja, onde a missão precípua do policial é servir e proteger e não se locupletar e exceder-se no uso da força. Este será o inevitável trem da nova história policial do Rio no futuro, na parceria e confiabilidade na relação polícia e sociedade, cuja vontade política do governo do estado, através da criação do modelo inovador das UPP vem se consolidando cada vez mais no resgate da cidadania e no respeito aos até então oprimidos pelo terror do tráfico.

Os espaços para os traidores, nos quadros das corporações policiais, vão se encurtar cada vez mais. "O foco agora é no desvio de conduta", disse o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Ou se é policial ou se é bandido. Não pode haver meio termo. Casos como estes deveriam prever pena em dobro. Registre-se ainda o exemplar trabalho da Polícia Federal num lamentavel episódio que envergonha toda a sociedade e aos dignos policiais que colocam em risco suas vidas em defesa da sociedade.

*Milton Corrêa da Costa é coronel PM da reserva

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não é só na formação que só combate o inflitrado, basta assistir o filme "Os infiltrados" e analisar o que ocrre dentro da polícia civil e da polícia militar. É preciso analisar o perfil psicológico do candidato a policial e etse procedimento deve estar amparado em lei e sustentado pela justiça. É preciso leis que garantam a expulsão dos policiais em processos sumários e mandá-los para o processo judicial submetidos a penas rigorosas e exemplares. É necessário um Departamento de Assuntos Internos chefiados por Promotores Públicos no exercício do controle externo das polícias. E para tirá-lo do meio onde pode ser aliciado (BICO), é preciso pagar salários dignos e de acordo com a dedicação exclusiva que deve prestar à sociedade.

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