Polícia Civil está abalada, já a Polícia Militar está em alta por conta de UPPs - 12/02/2011 às 00h24m; O Globo
RIO - Embora tenha prendido policiais civis e militares, a Operação Guilhotina atingiu em cheio a Polícia Civil. Com a prisão do ex-subchefe operacional do órgão Carlos Oliveira , a imagem da corporação ficou arranhada no momento em que a Polícia Militar está em alta com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Oliveira participou de várias operações importantes no Rio e era homem de confiança do chefe de Polícia, Allan Turnowski.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) Geraldo Tadeu Monteiro, a operação tem efeito imediato na confiança da população, que vê as prisões como a confirmação das suspeitas de corrupção e enriquecimento ilícito que pesam contra a polícia. Geraldo, que coordenou pesquisas sobre a confiança dos moradores na polícia, acredita que a imagem da Polícia Civil não deverá sofrer queda ainda mais acentuada:
- De forma geral, a confiança da população sempre foi muito baixa nas polícias Civil e Militar. Quando fizemos as pesquisas, girava em 25%. Não acredito que essa operação resulte em baque ainda maior. A PM, por outro lado, vem conquistando a confiança, sobretudo nas comunidades com UPPs.
Coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, Ignez Barreto confia na recuperação da imagem da Polícia Civil. Para ela, apesar do impacto da Operação Guilhotina, a ação pode ser interpretada como uma tentativa da polícia de depurar os seus quadros:
- Casos como estes (prisões de policiais) afetam a imagem da polícia. Mas há a vontade de implantar uma política de segurança no Rio, que passa pelo afastamentos dos maus policiais.
PF invadiria Rocinha em 2009 para prender traficantes, mas houve vazamento - O GLOBO, 12/02/2011 às 00h24m; Antônio Werneck
RIO - A operação batizada de "Guilhotina" , desencadeada nesta sexta-feira pela Polícia Federal para o cumprimento de 45 mandados de prisão contra policiais civis e militares, começou em 2009 com o nome de "Operação Paralelo 22", comandada pelos policiais federais de Macaé. Investigando as ramificações da quadrilha do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, originário daquela cidade, e seu braço direito e sócio, o traficante Anderson Mendonça Coelho, o Coelho, os federais descobriram que os bandidos contavam com uma rede de colaboradores em delegacias e batalhões. Em troca de gordas propinas mensais, os policiais avisavam aos traficantes quando haveria operações.
Um dos mais graves vazamentos ocorreu em setembro de 2009. Depois de localizar Roupinol - morto em 2010 numa operação da Polícia Civil - na Favela da Rocinha, onde vivia sob a proteção do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, um dos bandidos mais procurados pela polícia do Rio, os federais pediram a colaboração da Secretaria de Segurança e montaram uma operação. Para traçar uma estratégia de ação, uma equipe da cúpula da polícia do Rio se uniu aos policiais federais na própria secretaria.
A operação foi marcada, então, para a madrugada do dia 3 de setembro de 2009 - um dia antes, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) conseguiram se infiltrar no morro e permanecer escondidos. Mas todo o sigilo não foi suficiente. Durante a noite, os traficantes receberam um texto (SMS) por celular, que avisava sobre operação. Os policiais federais que monitoravam os traficantes interceptaram uma ligação: "Amanhã tem opera aki do bope, q ta no mato. cecopol q pediu pra fazer opera; vai ser cedo". Temendo pela segurança dos policiais do Bope, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, abortou o plano e retirou o Bope da Rocinha.
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