sábado, 12 de fevereiro de 2011

GUILHOTINA - ADEPOL CRITICA CONDUÇÃO DA OPERAÇÃO PELA PF

Associação de delegados critica operação da PF no Rio - 11/02/2011 - 16h28

A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Rio) criticou a condução da Operação Guilhotina, que desarticulou quadrilhas formadas por policiais ligados a traficantes e milícias. A operação foi desencadeada pela PF (Polícia Federal) nesta sexta-feira; 28 pessoas foram presas até o momento, sendo 22 policiais.

Em nota, o presidente da entidade, Wladimir Reale, disse que houve abuso de poder, com adoção de método "espetaculoso" nas diligências da operação.

"Tudo devia ser feito com base no devido processo legal e amplo direito de defesa, como prevê a Constituição, e não de uma forma arbitrária, humilhando policiais e manchando a imagem da instituição", afirmou.

Para Reale, houve mobilização excessiva de agentes, invasão de delegacias, revistas infrutíferas e prisões ilegais de policiais com trabalho e endereço certo. O representante dos delegados protestou especialmente contra o secretário de segurança pública do Rio, José Mariano Beltrame.

Acusado de repassar informações e armas para traficantes, o delegado Carlos Oliveira teve e prisão preventiva decretada, mas está foragido. Ele foi subchefe de polícia civil até agosto do ano passado. Exercia o cargo de subsecretário de operações da secretaria de Ordem Pública da cidade do Rio de Janeiro. A prefeitura anunciou que vai exonerá-lo.
Rafael Andrade/Folhapress
PF chega a 22ªDP (Penha) para cumprir mandado de busca e apreensão; há mandado de prisão contra policiais
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INVESTIGAÇÃO

As investigações que levaram a operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé --denominada "Operação Paralelo 22", que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante Antônio Francisco Lopes, o Nem.

A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto de hoje.

O objetivo da ação desta sexta-feira é "dar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais --civis e militares-- e informantes envolvidos com o tráfico ilícito de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho) e venda de informações sigilosas".

As forças estaduais destacaram 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Estas críticas são relevantes na medida em que o Brasil não possue um sistema de ordem pública que integre os instrumentos, processos e ações e favoreça mecanismos de controle, de corregedoria e de combate à corrupção de servidores que atuam nos instrumentos de coação e justiça na preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. A preservação da ordem pública no Brasil precisa ser entendida e os instrumentos, processos e estruturas do sistema de segurança pública reinventados e fortalecidos.

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